segunda-feira, 10 de março de 2008

A Poesia da Graça.


Durante uma aula de gramática, minha professora V. decidiu recitar uma poesia. Pegou sua pasta e disse que havia escrito esta poesia baseada em um poema de um aluno. O Colega ao lado comenta baixo: - Plágio!
Ela limpa a garganta e recita: - Meus temores!
Eu pessoalmente sou adepto a lei de Murphy, que diz que se uma coisa pode dar errado, dará. E Mais, dará na pior hora possível...Isso é verdade.
Ela limpa a garganta e recita: - Meus temores!
Começo a rir. Até hoje não sei ao certo porque ri. Mais no momento que ela começou o poema ri, e ri muito. Sorri, ri e gargalhei, tive que me esconder atrás de menina de um metro e meio que se sentava na minha frente, sorte minha que ela era meio gordinha, segurei a boca com as duas mãos até ficar roxo, não parava de rir, parecia que estava tendo uma convulsão, estava tentando me esconder da professora V. A medida que ela recitava ria mais. Tentei pensar em algum drama para reverter a situação.
“Menina de Ouro”, ” A Espera de um Milagre”, crianças esfomeadas de Calcutá, pensei em coisas tristes também: A maldita dança do créu, Malhação, praça é nossa, show do tom, zorra total, programa do Didi. Mas nada, absolutamente nada me fazia parar de rir.
- Temo baratas. Eu ria.
- Temo o tempo. Eu ria muito mais.
- Temo as perdas. Cascava de rir.
A cada frase que ela citava eu pensava em coisas tristes, mas somente coisas engraçadas vinham na minha cabeça. Vovó Mafalda era Homem! Piadas do Jô! O Riso do Bira! Senhor Madruga! Bob Esponja! Meu esconderijo atrás da gordinha já estava falhando, a desgraçada resolveu abaixar para encostar a cabeça no braço, gordinha lazarenta! Meu corpo doía de tanto rir, meu maxilar ia quebrar. Austin Powers, Analista de Bagé, Sai-de-baixo...Iria morrer de tanto rir, literalmente! Quando parei...subitamente parei e percebi que a poesia da Professora V. também tinha parado.
Se a professora V. percebeu ou não já não sei, só sei que ainda busco este poema, para ler nos momentos de tristezas e chateações, para escutar novamente o singularíssimo riso do Bira a ecoar pelos versos do poema.
Um último agradecimento: Obrigado Gordinha da frente.