quinta-feira, 28 de julho de 2011

Saudades

  Faz quanto tempo desde que você foi?
  Uns 5 anos?
  Nossa faz tempo, eu sempre quis escrever isso pra você, não sei se acredito em alguma coisa além dessa vida, mas eu te amo muito ainda, pra mim foi extremamente difícil perder você, na verdade, ainda é extremamente difícil lembrar que você não vai mais estar na praça de alimentação do shopping sentada na frente daquele brexó, é difícil pensar que não vai ter mais alguém que brigue comigo me chamando de "senhor" ou que consiga dar aquele olhar que nos sonda a alma e descobre o que estou pensando.
  Quando eu descobri o que você fazia por trás das cortinas daquele trabalho voluntário fiquei puto da vida com você, vc passava fome e nunca pegou uma cesta básica pra você, o que você tinha na cabeça?
  Eu demorei muito tempo pra escrever isso porque ainda é complicado falar sobre você, eu te amo muito ainda.
  Estela agora descansa com as estrelas? Bom, fique bem.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Fofocas.





  Umberto Andorinha uma vez disse que o grande mal do mundo não são as grandes metrópoles que em sua noção de coletivo contém a leviandade, mas as cidades pequenas que por sua vez contém o "meter-o-bedelhice-na-vida-alheice". Termo que Andorinha luta por anos para inserir na gramática portuguesa, alegando ser de extremo bom gosto, muito refinado.
 
  Há uma formula matemática pra mensurar a força das fofocas que é uma relação envolvendo número de habitantes, quantidade de antidepressivos vendidos e cirurgias plásticas realizada.

   A exemplo eu, que comecei a fumar na faculdade, quando pisei em território provinciano e acendi o primeiro cigarro o tempo estimado que levou para que meus pais descobrissem por intermédio de uma vizinha foi de 13 minutos e 42 segundos.
 
  Novamente o sociólogo Umberto Andorinha observa a respeito de feitos como esse:
  "Você pode culpar a tecnologia de comunicação pela disseminação da fofoca, mas agradeça, pois na minha época, era moda as cartas serem jogadas janela a dentro presas em um tijolo, e como na maioria dos casos, as pessoas só liam as fofocas após se recobrarem de um traumatismo craniano". (Trecho retirado do livro, Confissões Pós uma Chuva de Prata).
 
  Para o sociólogo a fofoca nas cidades pequenas é algo intrínseco a terceira idade humana, junto com o célebre biólogo Rian Stebedush, fazem uma pesquisa que busca provar uma alteração gênica no organismo originada pela absorção da radiação da televisão e a química da sujeira de baixo das unhas que concede ao cérebro uma capacidade sobre humana para fofocas, a lingua se movimenta de forma ofídica podendo falar até 12 palavras por segundo e concede ao cérebro um poder paranormal para absorver informações sobre a vida alheia, sempre claro, mantendo sua licença poética sobre a informação.

   Mas a teoria prossegue com um desenrolar assustador, a energia gerada pelo processo de fofocamento cerebral é o que mantem o corpo dessas senhoras da terceira idade vivo, caso elas tentem parar de fofocar ( o que é  improvável, sendo que é um das mais poderosas adicções) suas vidas se esfriam e especula-se que explodiriam em uma supernova, mas graças a novelas superficiais e suas vidas desinteressantes comprovadamente, não há risco de explosões.