sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Vestibular é triste.

Faz tempo que não posto nada, culpa do vestibular, culpa de quem inventou esta porcaria de método se selecionar quem entra na faculdade, bom, mas depois posto mais alguma crônica levemente obscena ou que fale alguma nerdice. Ah e uma coisa muito legal aconteceu, o Jornal de piracicaba de hoje publicou uma das crônicas daqui do Blog, legal né, abração!!!

sábado, 7 de novembro de 2009

Venha fazer um supletivo em Hogwarts!







Sim, estão abertas as vagas para um supletivo na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, caso interessar-se mandar uma criatura alada para escritório da atual diretora de Hogwarts Minerva McGonagall.

Na tradição dos ensinos das nossas escolas sempre acreditamos que as matérias básicas ensinadas em Hogwarts e em outras escolas de bruxaria seriam o suficiente para dar aos futuros bruxos uma base para vida, porém notamos que isso não foi o bastante.

O banco de Gringotes recebeu um enorme processo na ultima semana pelo ministério da magia de 6 bilhões de galeões devido a estudos feitos pelo bruxo amante dos trouxas Raphael Campos, autor do livro "Os Números da Minha Varinha" que descobriu algo que ele chama de "Juros Abusivos Cobrados Em Malditas Taxas Em P.G. Pelo Banco de Gringotes". Esta sua teoria "matemática" gerou conturbados estudos sobre esta nova perícia hermética chamada de "P.G."

Desfalques tanto matemáticos quanto alquímicos foram notados na educação. No interior da Inglaterra uma epidemia trouxa já matou mais de 45 membros da sociedade bruxa pela chamada "gripe suína", porém os médicos do Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos nada conseguiram encontrar nas criações de porcos das redondezas que desencadea-se tal maldição.

"Já tentamos até a Legilimens nas criaturas do chiqueiro, mas nada conseguimos retirar delas". Nos confessou Professor Diogo Thor, chefe pesquisador do setor de doenças vindas de criaturas que habitam na lama e autor do livro "Constricto por 20 Dias e Encontrando o Amor".

Devido a estes e tantos outros fatos que não citaremos aqui para não nos estendermos de mais a escola de Hogwarts estará recebendo agora como novos cursos obrigatórios nas matérias de:

Biologia, Matemática, Inglês e Física, junto com outros cursos para resolvermos problemas não citados como Administração de Empresa, Educação Sexual, Defesa Pessoal e Higiene como opcionais.


Atenciosamente secretaria de Hogwarts.


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Dinamite e Raio-Laser.


OBS: QUEM ESTA PROCURANDO A CRÔNICA NOVA ESTÁ ALI EM BAIXO, ISSO É UMA CRÍTICA.

Primeiramente, eu sou amigo do criador da série e palpiteiro esporádico do trabalho, ajudei palpitando em alguns personagens e roteiros e se tudo der certo a próxima saga serei eu o roteirista, o Samuel me deu esta honra de tanto eu pedir, insistir e subornar ele com chocolate. Os meus 5 leitores podem falar:
- Ei, mais isso não é uma crônica, seu lazarento!
Realmente, não é uma crônica, é um desabafo!
Primeiramente, vão até o site e vejam o quadrinho número 15! No penúltimo desenho o Samuel se personifica no próprio Raio-Laser, a Kaleido é uma nerdzinha da época e sendo o Zato o Johnny Deep, isso eu só falar pra atazanar ele.
Bom, mas o que eu tenho verdadeiramente a dizer é a sobre a história do número 16...não era pra ser daquele jeito, a história era pra ser da seguinte forma:
Eles chegam disfarçados no refúgio do Makai para entrevista de emprego, porém eles passam por testes de "malvadezas" antes, tipo fazer barulhos sem sentido enquanto estão na batalha, saber apanhar sem chorar, porque a função deles praticamente seria apanhar, gostar de usar preto e o último e absoluto teste...ver um hentai! E quando a famigerada revistinha passasse na mão da Kaleido ela daria um chilique que denunciaria eles...e o Samuel substituiu isso por bater no panda gordo (depois passei a gostar do panda).
Mas o Samuel me censurou...Gostaria que vocês leitores de Dinamite & Raio-laser soubessem como funcionam as coisas, ontem eu disse para o Samuel:
- Samuel, vou fazer uma crônica sobre o processo criativo do Dina & Raio-Laser.
- Vou virar carrasco ?
- Vai.
- Eu sou carrasco mesmo man.
Se eu tivesse plenitude criativa seria algo mais ou menos assim o Dina & Raio:
E ele havia retornado (ver D&RL número 12). Uma onda de silêncio pairava sobre as ruínas da cidade, as estrelas se escondiam sob espessas nuvens escuras, corpos forravam o chão por onde ele passava, homens, mulheres e crianças todos dilacerados por sua ira sem fim, Makai enfim respirava o ar pútrido e sorria. Claro, sem falar nas cenas eróticas que eu colocaria.
Se o Samuel fosse retomar a história daqui seria assim:
- Makai sorriu porque as pessoas estavam felizes em lhe ver e só estavam fingindo de machucadas, deram um sustinho no makai que riu gostosamente e gritaram pra ele:
- Feliz aniversário.
Bom, isso também é uma tentativa de encher lingüiça enquanto não vem o novo crisálida, abração pra vocês e espero que até a próxima saga se o Samuel não me censurar mais! Poderia ter a Stela e a Intensa tendo uma luta de biquines na lama....Não não! Não algo tão previsível! Até mais!!!

As lágrimas de Odin.

Esta crônica é dedicada a Rafael Campos, amigo e constantemente minha memória.

As nuvens escuras no horizonte prenunciavam uma tempestade que se aproximava naquele final de tarde. Todos nós estávamos sentados na varanda da casa de um amigo, metaleiro claro, enquanto outros andavam de skate na rua.
Em um canto estava o maior RPGista de todos, vestido de preto, 120 quilos, 10 quilos de pêlos muito bem distribuídos e na mesma proporção que seus pêlos da costa apareciam sobre a camiseta o respeito que eu sentia por ele também crescia.
Ele ficava no seu canto, apenas ouvindo o mp3, pelo headbanger (movimento com a cabeça) calculei que ouvia Hammerfall, talvez algo mais como Manowar, sim Metal Daze pensei comigo.
Me aproximei com cautela do honorável guerreiro do metal, ele não se movia, apenas com os olhos fechados balançava a cabeça, quando cheguei perto o bastante para me deleitar com os agudos do senhor Eric Adams eu escuto uma voz feminina.
Sirenia pensei comigo e cheguei mais perto, propício depois de um jogo de vampiro a Máscara.
Era um som mais pop do que eu imaginava cheio de "putz", "putz"e "ups", "ups" como quem descobre que Papai Noel não existe minha decepção veio a tona.
- Minha Santa Querupita!!!! ................ você está escutando Spice Girls!!!
- Que isso cara! - Disse ele cheio de indignação. - Estou escutando Britney Spears.
- Cara, muda disso!
- Não não, eu tenho mania de deixar tudo o que tem rolar, é um hábito. E dizendo isso ele colocou seu fone de volta a tempo suficiente de eu escutar um "I´m not so innocente"
Logo depois uma chuva forte começou a cair lavando toda a cidade, as últimas lágrimas de Odin pelos seus filhos do metal.

Isso aconteceu mesmo, acho que esta é a crônica mais triste que eu já escrevi.
Este caso me lembrou um vídeo que vi faz tempo, vou deixar o link em baixo.

domingo, 11 de outubro de 2009

Outra do velho Noel.


Em um dos cantos mais pobres do mundo ele cruza o céu como se fosse uma estrela cadente e passa olhando de esgueiro, confortando diz para si em pensamentos:
- "Estas crianças roubam, usam droga, fazem sexo muito cedo, não merecem ganhar presentes".
Porém, antes de cruzar as fronteiras daquela terra quente ele sente a presença de uma alma imaculada, tão pura quanto de um santo, mesmo a contra gosto ele se sente no dever de sondar aquela garota e lhe dar algo de presente.
É uma casa muito humilde de madeira e papelão, há outras tantas casas como aquela enfileirada, algumas em cima das outras como se lutasse pelo espaço disponível para continuar a se expandir. Ele pára o trenó avermelhado em cima de um dos barracos, ninguém o percebe, ninguém o vê.
Não há nenhuma chaminé, nem janela decente para adentrar no recinto, ele se direciona para um buraco maior tampado com uma lona que ele julga ser a porta. Somente há uma divisão feita de um prensado cor-de-rosa de madeira, cachorros dormindo pelo chão e logo a sua frente o motivo da visita. Em cima de um colchão dormiam duas pessoas, uma mulher e uma criança.
Se aproximou, sentiu os pensamentos da mulher fluírem preocupação, a criança estava muito doente, já a criança pensava que deixaria sua avó sozinha. Criança esperta pensou Noel enquanto enfiava a mão dentro de sua sacola mágica e conjurava algum presente para a menina, tirou uma boneca de pano e quando estava colocando ao lado da criança essa o questionou:
- Me cure, me dê saúde. - Pediu.
- Papai Noel só dá presentes materiais pequena e você o terá, pois é uma boa criança.
- Mas de que vale um brinquedo se estou morrendo!
Papai Noel se afastou, olhou por uma última vez aquela família, flutuando foi até o seu trenó e com um simples gesto as renas já corriam em direção ao céu. Pensou consigo:
- Pelo menos ela conservará o brinquedo até o fim da vida.


obs: Crônica que surgiu de uma brincadeira de humor negro!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um recado pra variar.

Eu não costumo usar o blog pra postar recados e coisa do gênero, pois este blog deve ter no máximo uns poucos leitores, sendo isso foi caso raro, semana que vem coloco a nova crônica.

Uma das minhas melhores amigas sempre me dizia que a intimidade estraga a amizade. E é engraçado o quanto pouco conhecemos das pessoas a nossa volta, bom, eu ando convidando um amigo à postar crônicas junto comigo neste Blog, que não deve ter mais de que 10 leitores e descubro que além de escritor ele é músico! UHAHUAHUAHUha vou colocar o link ali em baixo! Um abraço Renato...e aproveitando os recados, Samuel Fonseca cadê o Header?! Pra quem não sabe o Samuel é o dono do projeto Dinamite & Raio-laser ao qual eu colaboro de vez enquando e estou esperando ansioso para começar a nova saga. abração a todos e chega de recadinhos!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Isso é simpático.


Esta vai ser uma cronica curtinha, só pra não me esquecer deste caso.

Foi durante em uma daquelas noites de filmes na casa de um amigo que aconteceu. Com todo o receito de uma primeira visita na casa do colega fui adentrando como quem anda sobre gelo fino, não conhecia os parentes dele e estávamos nós uma cambada de gente pra assistir filmes, "papagaiar"pipoca pelos sofás dele e se possível usurpar de tudo que tinha na geladeira dele!
Quando ele deu um berro da cozinha:
- Gente, vem cá, minha irmã fez uma surpresa!
E entramos na cozinha, estava sobre a mesa a surpresa.
- Minha irmã fez um bolo pra gente.
E realmente foi uma surpresa, pra mim aquilo era um enfeite da mesa, algo semelhante a um tapete/carpete de uma coloração caramelo duvidosa. O amigo ao lado com a delicadeza de um casal de rinocerontes na cópula diz:
- Nossa, eu faço coisa melhor no banheiro.
E todos caímos no riso, gargalhávamos alto, porém só consegui me conter porque ao olhar para o corredor vi os calcanhares da jovem cozinheira do bolo correndo para o seu quarto soluçando em lágrimas.
Encarei o bolo alguns instantes enquanto os amigos se recuperavam o fôlego, cortei um pedaço do carpete de cor duvidosa, o levei a boca e tive uma surpresa. Agora deveria ser a hora que o leitor pensa:
- E o bolo estava uma delícia.
Ledo engano que também tive, o bolo tinha gosto de trigo puro e ponto final. Os amigos estavam me encarando pra saber qual era o gosto daquela iguaria culinária. Pensei em inúmeras coisas, pensei na garota, no carpete de bordas queimadas na minha frente e finalmente soltei:
- É um bolo simpático.
Os amigos riram novamente. Até hoje dentro do nosso círculo de amizades, "simpático" é sinonimo de tolerável.

domingo, 6 de setembro de 2009

O pé fantasma!



Estava cansado, exaurida minhas últimas energias em um evento de anime e mangá, onde o resquício da minha paciência se foi em uma deplorável cena que eu vi um cara de uns 35 anos fantasiado de pirata (é One Piece pra quem conhece, mas não posso ser hermético nos detalhes) correndo atrás de um outro cara fantasiado fazendo ceninhas no meio da rua, então resolvi voltar pra casa.
Pegamos o ônibus das 8 e pouco de volta pra São Pedro, o tempo estava mudando, os deuses devem ter ficado revoltados com estes novos rituais criados pelo homem, definitivamente, um pirata peludo correndo pela rua deve trazer azar e tempestades! Estava começando a garoar quando um vestígio de esperança materializada em uma estrutura grande, de metal e que sua passagem custa quase 7 reais chegou para nos ajudar.
Entramos no ônibus que não tinha mais do que 6 passageiros e fomos preguiçosamente nos sentar no meio dele, estava com muita preguiça pra ir lá no fundo. Deixei-me afundar no estofado fedido do ônibus e descansar.
Lá fora a chuva caía mais forte e o silêncio dentro do ônibus era mortal, assim logo me distraí com meus pensamentos. Olhei a senhora que estava sentada a minha direita com seu rosto refletido na janela, olhei as pessoas que descansavam a frente, os amigos no banco do lado e atrás do ônibus não havia ninguém, somente o escuro, o cheiro de cachorro dos estofados e um pé sem dono que saía do ultimo banco.
Meu cérebro algumas vezes tem problemas de processamentos, neste caso o fato da improbabilidade de um pé aparecer aleatoriamente demorou um pouco para chegar no meu cérebro, foi o tempo de voltar pra frente, me esparramar na poltrona do ônibus e me assustar:
- Meu Deus! - Pensei comigo, eu vi um pé!
Olhei novamente para o fundo do ônibus, não havia nada, voltei para frente assustado.
- Santo Deus! O que eu faço, eu vi um pé fantasma. - Pensei comigo. Bom, mas que fantasma cretino que se transfigura na forma de um pé para tentar assustar alguém, poderia tentar tantas outras coisas que desconexas ao corpo teriam mais impacto, logo um pé! Fantasma estúpido!
Voltei a olhar para trás do ônibus e nada do pé, um amigo me questionou:
- João, o que você tá fazendo?
- Eu vi um pé fantasma.
- Afff, que besteira, todo mundo sabe que fantasma não têm pés!
- Mas eu vi um pé branquinho lá atrás! - Teimei.
- Viu nada, vou provar! O amigo subiu no banco e por alguns instantes ficou olhando no fundo do ônibus, suas expressões foram mudando, primeiro de pirraça para depois espanto, ele deve ter visto o pé pensei comigo e ergui no banco para ver o terrível fantasma do ônibus.
Eu vi o pé também, como também vi as pernas, como vi outro par de pernas encoxadas contra aquelas, vi uma costa e dois rostos colados contra o vidro, porém, antes de eu terminar minha análise o amigo solta um grito como uma corneta de guerra nórdica:
- SEXO NA VÃ!!!!!!!
As pessoas no ônibus começaram a se entre olhar, meus amigos em pouco tempo estavam explodindo em risos e comentários, mas mesmo assim o casal perseverava e não parava ou simplesmente ficaram o restante da viagem de cabeça baixa para não serem vistos. Quando descemos na rodoviária ficamos esperando o casal descer no ônibus, afinal, eu queria saber que rosto pertencia aquele pé fantasmagórico. Esperamos cinco minutos, primeiro desceu rapidamente um rapaz e depois desceu uma garota morena, talvez com seus 26 anos acompanhada de seu pé, agora embrulhado em um all star branco, selado, aprisionado em um lugar a onde ele não possa fazer o mal...pelo menos até a próxima viagem de ônibus.
Foto de Mônica Mosman, conheçam mais do trabalho desta minha amiga: www.flickr.com/photos/monmosman

domingo, 30 de agosto de 2009

Presente de Natal.




Sim, sei que estou atrasado com esta crônica, que na verdade era pra ser postada em janeiro, mas por uma série de motivos não consegui. Bom, a minha idéia original para este Blog era postar alguma coisa de humor junto com um desenho simples, mas o desenhista vive ocupado (Samuel Fonseca), bom, esta será uma das poucas crônicas mais sérias que pretendo postar, pois senão a coisa fica muito pessoal, e no final de contas o Blog é meu e posto o que quiser.

Como todo ano no natal fizemos uma grande festa, convidamos os amigos mais próximos e comemos até nos empanturrar, tendher, pernil, peru, coisas que fazem o "cheiro do natal" se espalhar pela casa, depois disso sempre saio com meus amigos para passear pela cidade ou jogar conversa fora, como já disse, sou de cidade pequena. Foi exatamente as onze e meia que meu celular tocou e meu pai disse com uma frieza que lhe é peculiar:
- Vem pra casa, o rosto da sua mãe paralisou.
Infelizmente eu sabia o que isso significava, acidente vascular cerebral, o meu presente de natal estava apenas começando.
Enquanto minha cabeça processava o que eu deveria fazer, minhas pernas, que sempre me foram mais úteis em horas de em horas de aperto já estavam correndo e sem eu perceber já estava na frente da minha casa.
Fiz o que qualquer pessoa normal faria em uma situações destas, me desesperei. Vi uma mulher forte, uma mulher inteligênte que lê um livro por semana, vi minha mãe balbuciando coisas sem sentido sendo carregada pelo meu pai na noite de natal para um hospital em Piracicaba.
Ainda era o princípio do meu grande presente de natal.
Obviamente o sentimento de revolta começa a rugir dentro de você, enquanto as pessoas estão em suas casas comendo, os assados que "cheiram a natal" ganhando muitos presentes e trocando carinhos não percebem as pequenas tragédias pessoais, talvez o "cheiro do natal" junto com o cheiro de pinheiro funcione como uma gigantesca bomba de leviandade que entorpece os sentidos das pessoas e restando apenas o instinto de encher o próprio "rabo" de farofa e de se engasgar com refrigerante.
Minha mãe voltou no dia seguinte, mas voltou parcialmente. Ela não conseguia terminar direito as frases, lhe fugiam as palavras, uma mulher que lia um livro por semana, que me corrigia cada erro de português. Este ainda não fora meu presente de natal.
Ela teve mais três ataques que os médicos diagnosticaram como pequenos derrames, um no dia 27 de dezembro, um no dia 4 de janeiro e por fim um no dia 7 do mesmo mês. E depois de tantos ataques imagino que a cabeça queria descansar. Ela ainda não conseguia terminar as sentenças, não tinha raciocínio para muitas coisas e perdia objetos com frequência. Para um filho que era acostumado a ver a sua mãe, uma pessoa culta, mesmo sem curso superior, uma entendedora do francês e com a incrível capacidade de ler o sexto livro do Harry Potter em menos de dois dias.
Depois de cinco meses do primeiro ataque as correções gramaticais voltaram, o meu "pra eu" virou "pra mim", o "menas" virou "menos" e o sétimo livro do Harry Potter foi lido também em menos de dois dias.
Eu havia ganhado meu presente de natal.

...chega destas crônicas dramáticas heim!
Desenho de Isadora, uma pessoa muito singular, com a incrível capacidade de me reconhecer mesmo de baixo de uma enorme máscara (não no sentido figurado).

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Os invisíveis.


Deveria estar a uns 70 kilômetros por hora, mas pulamos no bonde, não tinha muita gente, mas com jeitinho sentamos na janelinha, peguei o amendoim do amigo ao lado e acenei pra uma pessoa que eu nem conhecia, mas esta me retribuiu com um sorriso nos lábios dizendo: - Vai lá, isso é pra vocês!
É assim que imagino nossa entrada na Companhia Pró-Cênica de teatro, liderada pelo ator Barbosa Neto.
Nem sei o porquê fui assistir ao espetáculo (sei sim, estava gostando de uma garota que foi a peça) as “Patacoadas de Cornélio Pires”, mas fui junto com alguns amigos. Em uma cidade pequena (São Pedro), aonde não tem absolutamente nada, a não ser Axé e pagode, ser agraciada com um pouco de espetáculo de qualidade é um momento singular, e depois da peça fui conversar com um ator, o tal de Barbosa Neto, que mesmo cansado escutava atento o que nós tínhamos a dizer e o que nossa carência e simples tagarelice lhe torturava os ouvidos.
Logo entramos para o tal “grupo de teatro”, logo o tal “grupo de teatro” virou “aulas livres de interpretação”, depois virou “Companhia Pró-Cênica de teatro”, mas nunca deixou de ser uma coisa, amigos.
Eles já tinham uma peça pronta chamada “Os invisíveis”, é uma peça que aborda um menino de rua, um mendigo, uma catadora de latinhas, uma prostituta e um travesti na sua verdadeira essência, não com rótulos. Interessante é a parte do roteiro, ele é feito todo com depoimentos reais. E na primeira vez que eu assisti a peça em um ensaio, me emocionei e passei o dia seguinte refletindo sobre tal, e nas 12 ou 15 vezes seguintes que assisti, e ainda assisto, como um figurante, continuo me emocionando, mas não só pelo roteiro, pelo esforço dos atores, pelos medos vencidos, pelas dores vencidas e pela perseverança de alguns.
Obs: A todos, muito obrigado pela boa experiência.
Este é o Blog da Companhia Pró-Cênica