quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um recado pra variar.

Eu não costumo usar o blog pra postar recados e coisa do gênero, pois este blog deve ter no máximo uns poucos leitores, sendo isso foi caso raro, semana que vem coloco a nova crônica.

Uma das minhas melhores amigas sempre me dizia que a intimidade estraga a amizade. E é engraçado o quanto pouco conhecemos das pessoas a nossa volta, bom, eu ando convidando um amigo à postar crônicas junto comigo neste Blog, que não deve ter mais de que 10 leitores e descubro que além de escritor ele é músico! UHAHUAHUAHUha vou colocar o link ali em baixo! Um abraço Renato...e aproveitando os recados, Samuel Fonseca cadê o Header?! Pra quem não sabe o Samuel é o dono do projeto Dinamite & Raio-laser ao qual eu colaboro de vez enquando e estou esperando ansioso para começar a nova saga. abração a todos e chega de recadinhos!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Isso é simpático.


Esta vai ser uma cronica curtinha, só pra não me esquecer deste caso.

Foi durante em uma daquelas noites de filmes na casa de um amigo que aconteceu. Com todo o receito de uma primeira visita na casa do colega fui adentrando como quem anda sobre gelo fino, não conhecia os parentes dele e estávamos nós uma cambada de gente pra assistir filmes, "papagaiar"pipoca pelos sofás dele e se possível usurpar de tudo que tinha na geladeira dele!
Quando ele deu um berro da cozinha:
- Gente, vem cá, minha irmã fez uma surpresa!
E entramos na cozinha, estava sobre a mesa a surpresa.
- Minha irmã fez um bolo pra gente.
E realmente foi uma surpresa, pra mim aquilo era um enfeite da mesa, algo semelhante a um tapete/carpete de uma coloração caramelo duvidosa. O amigo ao lado com a delicadeza de um casal de rinocerontes na cópula diz:
- Nossa, eu faço coisa melhor no banheiro.
E todos caímos no riso, gargalhávamos alto, porém só consegui me conter porque ao olhar para o corredor vi os calcanhares da jovem cozinheira do bolo correndo para o seu quarto soluçando em lágrimas.
Encarei o bolo alguns instantes enquanto os amigos se recuperavam o fôlego, cortei um pedaço do carpete de cor duvidosa, o levei a boca e tive uma surpresa. Agora deveria ser a hora que o leitor pensa:
- E o bolo estava uma delícia.
Ledo engano que também tive, o bolo tinha gosto de trigo puro e ponto final. Os amigos estavam me encarando pra saber qual era o gosto daquela iguaria culinária. Pensei em inúmeras coisas, pensei na garota, no carpete de bordas queimadas na minha frente e finalmente soltei:
- É um bolo simpático.
Os amigos riram novamente. Até hoje dentro do nosso círculo de amizades, "simpático" é sinonimo de tolerável.

domingo, 6 de setembro de 2009

O pé fantasma!



Estava cansado, exaurida minhas últimas energias em um evento de anime e mangá, onde o resquício da minha paciência se foi em uma deplorável cena que eu vi um cara de uns 35 anos fantasiado de pirata (é One Piece pra quem conhece, mas não posso ser hermético nos detalhes) correndo atrás de um outro cara fantasiado fazendo ceninhas no meio da rua, então resolvi voltar pra casa.
Pegamos o ônibus das 8 e pouco de volta pra São Pedro, o tempo estava mudando, os deuses devem ter ficado revoltados com estes novos rituais criados pelo homem, definitivamente, um pirata peludo correndo pela rua deve trazer azar e tempestades! Estava começando a garoar quando um vestígio de esperança materializada em uma estrutura grande, de metal e que sua passagem custa quase 7 reais chegou para nos ajudar.
Entramos no ônibus que não tinha mais do que 6 passageiros e fomos preguiçosamente nos sentar no meio dele, estava com muita preguiça pra ir lá no fundo. Deixei-me afundar no estofado fedido do ônibus e descansar.
Lá fora a chuva caía mais forte e o silêncio dentro do ônibus era mortal, assim logo me distraí com meus pensamentos. Olhei a senhora que estava sentada a minha direita com seu rosto refletido na janela, olhei as pessoas que descansavam a frente, os amigos no banco do lado e atrás do ônibus não havia ninguém, somente o escuro, o cheiro de cachorro dos estofados e um pé sem dono que saía do ultimo banco.
Meu cérebro algumas vezes tem problemas de processamentos, neste caso o fato da improbabilidade de um pé aparecer aleatoriamente demorou um pouco para chegar no meu cérebro, foi o tempo de voltar pra frente, me esparramar na poltrona do ônibus e me assustar:
- Meu Deus! - Pensei comigo, eu vi um pé!
Olhei novamente para o fundo do ônibus, não havia nada, voltei para frente assustado.
- Santo Deus! O que eu faço, eu vi um pé fantasma. - Pensei comigo. Bom, mas que fantasma cretino que se transfigura na forma de um pé para tentar assustar alguém, poderia tentar tantas outras coisas que desconexas ao corpo teriam mais impacto, logo um pé! Fantasma estúpido!
Voltei a olhar para trás do ônibus e nada do pé, um amigo me questionou:
- João, o que você tá fazendo?
- Eu vi um pé fantasma.
- Afff, que besteira, todo mundo sabe que fantasma não têm pés!
- Mas eu vi um pé branquinho lá atrás! - Teimei.
- Viu nada, vou provar! O amigo subiu no banco e por alguns instantes ficou olhando no fundo do ônibus, suas expressões foram mudando, primeiro de pirraça para depois espanto, ele deve ter visto o pé pensei comigo e ergui no banco para ver o terrível fantasma do ônibus.
Eu vi o pé também, como também vi as pernas, como vi outro par de pernas encoxadas contra aquelas, vi uma costa e dois rostos colados contra o vidro, porém, antes de eu terminar minha análise o amigo solta um grito como uma corneta de guerra nórdica:
- SEXO NA VÃ!!!!!!!
As pessoas no ônibus começaram a se entre olhar, meus amigos em pouco tempo estavam explodindo em risos e comentários, mas mesmo assim o casal perseverava e não parava ou simplesmente ficaram o restante da viagem de cabeça baixa para não serem vistos. Quando descemos na rodoviária ficamos esperando o casal descer no ônibus, afinal, eu queria saber que rosto pertencia aquele pé fantasmagórico. Esperamos cinco minutos, primeiro desceu rapidamente um rapaz e depois desceu uma garota morena, talvez com seus 26 anos acompanhada de seu pé, agora embrulhado em um all star branco, selado, aprisionado em um lugar a onde ele não possa fazer o mal...pelo menos até a próxima viagem de ônibus.
Foto de Mônica Mosman, conheçam mais do trabalho desta minha amiga: www.flickr.com/photos/monmosman